Nascida em Esperantinópolis, Klênia Carneiro Lucena é filha de Ana Lúcia Carneiro Lucena e José Ribamar Ferreira Lucena, mais conhecido como Ribinha da Caema, uma grande figura política no município. Klênia viveu parte da infância em sua terra natal, onde cultivou grandes amizades e viveu bons momentos. Seu pai, sempre preocupado e disposto a ajudar o próximo, adotou 17 crianças que viviam em situação de vulnerabilidade, e todas passaram a morar com a família. Com o espírito filantrópico, Ribinha decidiu entrar na política, mas apesar da dedicação em busca da vitória, Ribinha é derrotado nas urnas. Após as eleições, com a crescente perseguição política, aos 10 anos, Klênia e sua família vão morar na capital maranhense em busca de melhorias. Chegando na cidade, Klênia e sua família vão morar em uma casa de sua avó. Imediatamente Ribinha busca matricular todos os filhos na escola, pois a educação destes sempre foi a sua prioridade. Passados 03 anos, com a situação amenizada em Esperantinópolis, os pais e os irmãos de Klênia retornam à sua cidade natal e a menina fica com a avó. A avó de Klênia não aprovava o relacionamento de sua filha com Ribinha, o que fez com que a convivência entre a avó e a neta se tornasse quase insuportável. Mesmo com os frequentes desentendimentos e passando por várias situações incômodas, Klênia decidiu permanecer na capital para estudar e buscar melhorar de vida. Aos 17 anos, a jovem prestou vestibular e foi aprovada no curso de Filosofia, mas por ainda estar no ensino médio não pode iniciar a graduação. Mais tarde, aos 18 anos Klênia é aprovada no vestibular para o curso de Direito e após alguns meses ingressa na universidade. Logo ao iniciar a graduação, a jovem descobre que está grávida, o que casou uma reviravolta em sua vida. A jovem então vai falar com os seus pais sobre a gravidez. O pai de Klênia fica decepcionado e pergunta para a jovem o que ela vai fazer. Diante da situação, Klênia decide que vai se casar com o pai de sua filha. Dito isso, seu pai diz que a partir dali cada um vai seguir o seu caminho individualmente. Em seguida, a jovem se casa e vai embora da casa dos pais.
A jovem descobre que tem uma gravidez de risco e com isso tranca o curso de graduação. Após seis meses de gestação nasce Mariana. Por ter nascido prematura, a bebê precisou ficar na incubadora. Entre noites em claro com medo de perder a filha e com muita aflição, após 43 dias Mariana foi liberada do hospital. De volta para casa, a jovem passa a cuidar da filha e dos afazeres de casa enquanto o marido trabalhava fora para manter a família. Com muitas divergências, após três anos juntos, Klênia e seu marido decidem se separar. Após a separação, a jovem retorna à casa dos pais e pouco depois decide dar continuidade a graduação. Decidida a ir em busca do seu sonho, a jovem retorna à São Luís, onde continua os estudos. Tempos depois o pai de Klênia sofre com diversos problemas de saúde e a jovem tranca seu curso novamente para ajudar a família. Chegando na cidade, a jovem passa a cuidar da filha, dos afazeres de casa e a lecionar na escola em que sua mãe trabalhava. Pouco mais de um ano, a jovem retornava aos estudos na capital, mas retorna alguns meses depois, pois seu pai novamente ficou doente. Entre uma crise de saúde de seu pai e outra, Klênia levou 11 anos para se formar, pois sempre voltava para casa quando o pai piorava e a grade curricular do curso sofria mudanças constantemente. Após concluir a graduação, Klênia mudou-se novamente para Esperantinópolis para se preparar para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Após o período de estudos intensos, Klênia realiza a primeira fase da prova, mas não é aprovada. Mesmo desapontada com o resultado da avaliação, Klênia não desiste e intensifica ainda mais os seus estudos para realizar a prova novamente, desta vez obtendo sucesso e se tornando oficialmente uma advogada. Agora podendo exercer a profissão, Klênia retorna a São Luís, onde consegue um emprego e inicia seus atendimentos. Com a agenda sempre cheia, a advogada aceitava casos até mesmo em outros estados e passou a viver intensamente e sempre querendo provar para as pessoas que estavam bem. Mesmo bem remunerada, Klênia sentia um vazio dentro de si, não importava o que fizesse sempre faltava algo.
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Passados os anos, o estado de saúde de Ribinha se agravou e ele faleceu. A princípio, Klênia conseguiu lhe dar com a situação tranquilamente, mas passados 15 dias da morte do pai, Klênia tomou consciência de que nunca mais iria ver seu pai. Em choque, Klênia caiu no choro desespera. Depois de algumas horas Klênia se recompôs e foi resolver todas as suas pendências no trabalho para se mudar definitivamente para Esperantinópolis para cuidar da mãe, que ficou desolada com a perda do companheiro. Morando novamente com a família, Klênia viu o sofrimento da mãe, que não via mais sentido na vida e apesar de ir à várias consultas e tomar diversos medicamentos não melhorava. Analisando a situação, Klênia percebeu que não se tratava de uma doença física, mas de uma profunda dor emocional que jamais iria se amenizada com medicamentos. Foi então que Klênia foi em busca de ajudar a mãe e passou a pesquisar soluções, foi quando teve o seu primeiro contato com terapias integrativas. Após pesquisar e fazer cursos, Klênia passou a aplicar as terapias em sua mãe e vendo os bons resultados, foi em busca de se aprofundar no mundo das terapias. As terapias possibilitaram Klênia se enxergar de uma outra forma e se redescobrir.
Além do tratamento da mãe, Klênia percebeu a sua ausência na vida da filha e passou a buscar se reaproximar e criar laços para ter uma boa relação entre mãe e filha.
Aos 35 anos, Klênia conhece Erinaldo e os dois começam um relacionamento. Meses depois o casal decide se casar. Com capacitação e muito amor às terapias, em 2019 Klênia decide montar o "Espaço Reconstruir", um espaço de terapias integrativas que possibilitam o tratamento de questões físicas e emocionais, com ênfase no desenvolvimento individual através do autoconhecimento.
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Hoje Klênia é mãe de três filhos e empresária. Ela atua no espaço ajudando pessoas a se reconectarem consigo mesmas e com isso obter uma vida de bem-estar e equilíbrio.
Foram quase 40 anos para eu descobrir o que eu realmente amava. Hoje me sinto completa e fazendo o que amo. Ser mãe e ajudar outras pessoas a superarem as suas dores é tão leve, me deixa infinitamente grata. Todos esses anos tentando mostrar algo que eu não era me deixou muito carregada, mas esse processo foi necessário para que eu pudesse me encontrar e resgatar em mim a minha melhor versão, além de entender que eu só posso mudar a mim mesma, mas quando eu mudo o meu mundo muda, afirma Klênia.