No dia 21 de novembro de 1981, na cidade de Pedreiras, Maranhão, nasceu Pedra Emanuely Pereira da Silva Carneiro. Filha de dona Ernestina, uma lavadeira de roupas, e seu Silva, um pescador. Emanuely é a caçula de uma família de cinco irmãos. Vinda de uma origem humilde, mas cercada de amor e carinho, essa jovem mulher cresceu sob os cuidados de uma mãe analfabeta, que a inspirava a buscar a educação como uma ferramenta para transformar seu futuro e alcançar o sucesso. Apesar das limitações financeiras que a família enfrentava, Emanuely foi criada com o entendimento de que o conhecimento era um tesouro inestimável. Sua mãe, mesmo sem recursos para comprar livros, incentivava a leitura e procurava obter obras emprestadas de amigos, permitindo que a filha mergulhasse no mundo dos poemas. Movida pela Música Popular Brasileira e pelas palavras, Emanuely embarcou em uma jornada acadêmica em busca de construir uma nova realidade para sua vida.
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Após concluir o ensino médio, Emanuely encontrou a oportunidade de ingressar na faculdade, onde começou a cursar Pedagogia na cidade vizinha. Ciente dos desafios que surgiriam em seu caminho, ela estava determinada a lutar por seus sonhos. Após quatro anos de altos e baixos, superando obstáculos, Emanuely finalmente se formou como pedagoga, conquistando sua primeira grande vitória. Movida pelo desejo de aprimorar seu currículo, Emanuely decidiu buscar uma pós-graduação em Gestão, Supervisão e Coordenação Escolar. O destino ainda reservava surpresas em sua jornada. Seu irmão, um policial militar, foi convocado para garantir a segurança do prefeito de Esperantinópolis, que viria a se tornar seu futuro sogro. Essa conexão estabeleceu uma amizade sólida entre a família de Emanuely e Francisco Jovita, seu futuro sogro. Foi durante esse período que Emanuely conheceu Frankson, seu grande amor. A paixão floresceu e, após seis anos de namoro, os dois decidiram se casar. O casamento ocorreu de forma inusitada, quando Frankson foi ao cartório para checar se já poderiam se casar e recebeu uma resposta positiva. Sem preparativos, com apenas duas testemunhas e com a "roupa do corpo", formalizaram sua união, inaugurando um novo capítulo em suas vidas.
Em 2010, nasce Maria Clara, primeira filha do casal e, no ano seguinte o segundo filho, Francisco Neto. Após o nascimento de seus dois filhos, Emanuely dedicou-se plenamente a acompanhá-los em cada fase de crescimento, desde o primeiro corte de cabelo até as primeiras palavras escritas. No entanto, a vida também lhe trouxe uma dor imensurável com a perda de seus pais. Em um momento de despedida doloroso, sua mãe faleceu em seus braços e mesmo com a profunda dor, Emanuely teve que encontrar forças para enfrentar a fase de luto, pois sabia que precisava seguir em frente e cuidar de sua família.
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Alguns anos depois Emanuely retorna para a sala de aula, um dos seus lugares preferidos. Além da paixão pela profissão, Emanuelle já havia escrito vários poemas, todos guardados na gaveta, mas em 2019 tudo isso iria mudar. Incentivada pelos amigos João Israel e Raimundo Corrêa, ela mergulhou no mundo da poesia, que já era uma paixão antiga. Desde então, suas obras têm sido publicadas e ela tem participado de diversas antologias literárias, como a "Outubro Poético", "Louvação à Esperantinópolis" e "Mulheres pela Paz", além de ter suas próprias obras, como "A Galinha e o Bode" e "Arraial na Fazenda Mamãe e Diário de Quarentena".
Em 2020, Emanuely decidiu enfrentar mais um desafio: candidatar-se ao cargo de vereadora. Nesse novo ambiente, ela pôde vivenciar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que escolhem a política como caminho. Ao lado de seu sogro, que a apoiou e deu suporte incondicional, Emanuely iniciou sua campanha. A jornada foi exaustiva, e a distância de seus filhos causava desgaste, mas apesar de tudo, ela continuou firme na sua caminhada. Sua perseverança foi recompensada quando Emanuely foi eleita como a segunda candidata mais votada no município.
Segundo Emanuely, não é nada fácil ser mulher na política. O preconceito ainda é algo muito presente nesse meio. "Muitas vezes, eles tentam elevar o tom de voz para nos intimidar, mas nós precisamos saber colocá-los em seu devido lugar, porque o nosso lugar é onde nós queremos estar. Apesar de todos os desafios, a melhor recompensa é poder contribuir com o município e com a população", afirmou ela.
Atualmente Emanuely é professora, poeta e vereadora. Ela ocupa a cadeira de número 21 na Academia Esperantinoperantinopense de Letras e é patroneada pelo poeta Samuel Barrêto.
"Leiam, pratiquem a leitura. A leitura traz conhecimento e o conhecimento é libertador. Quando você não sabe ler você é obrigado a acreditar em tudo que lhe dizem, mas quando você lê ninguém pode lhe enganar, pois você desenvolve o seu próprio senso crítico e se torna protagonista da sua história".